Olho por Olho, Dente por Dente: Origem e significado

Olho por olho, dente por dente: essa passagem está na Bíblia, você sabe o que significa? A lei de talião ficou conhecida por essa expressão que também é associada aos estudos bíblicos, e ao longo desse post te explicamos melhor sobre ambos os sentidos, confira:

O que significa olho por olho, dente por dente?

A passagem bíblica acabou se tornando um ditado popular, e com isso Olho por olho, dente por dente é utilizado para se referir a pagar na mesma moeda os danos causados ou os crimes cometidos.

O ditado está ligado à vingança e a fazer o outro sofrer o mesmo sofrimento que ele provocou, como uma forma de fazer valer aquilo que se sentiu e proporcionar ao outro o que se entende ser de direito dele.

Olho por olho, dente por dente na Bíblia

Na Bíblia, a expressão olho por olho, dente por dente é encontrada em Êxodo 21:24:

“Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.”

Nesta passagem, Deus revelou a Moisés os estatutos que deveriam reger o seu povo e fazê-los cumprir os Dez Mandamentos. Outras passagens revelam o sentido de “pagar na mesma moeda” os crimes cometidos:

“Quem ferir alguém, de modo que este morra, certamente será morto.” (Êxodo 21:12)

“O que ferir a seu pai, ou a sua mãe, certamente será morto.” (Êxodo 21:15)

“E quando alguém ferir o olho do seu servo, ou o olho da sua serva, e o danificar, o deixará ir livre pelo seu olho.” (Êxodo 21:26)

“E se tirar o dente do seu servo, ou o dente da sua serva, o deixará ir livre pelo seu dente.” (Êxodo 21:27)

No Novo Testamento, no entanto, com a vinda de Jesus e a restauração da lei, esse tipo de conduta mudou. Em Mateus 5:38-39, Jesus disse:

Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.
Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;

Jesus resumiu toda a lei e os profetas em dois mandamentos:

Respondeu Jesus: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”.

Este é o primeiro e maior mandamento.

E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo”.

Anos depois, Gandhi afirmou: “Olho por olho e o mundo acabará cego”, revogando, assim, o conceito de pagar a violência com mais violência.

Código de Hamurabi

Esse conceito está ligado à lei de talião, encontrada no Código de Hamurabi, que foi rei da Babilônia no século XVIII a.C. e autor de 282 leis que integram o Código descoberto em 1901, hoje preservado no Museu do Louvre, em Paris.

A base da justiça era “olho por olho, dente por dente”. Os delitos eram vingados da mesma maneira como ocorreram, tendo o agressor como vítima. A pena de morte também era comum para muitos crimes, como:

“Se uma pessoa roubar a propriedade de um templo ou corte, ele será condenado à morte e aquele que receber o produto do roubo deverá ser igualmente condenado à morte.”

“Se uma pessoa roubar o filho menor de outra, o ladrão deverá ser condenado a morte.”

Ainda no Antigo Testamento, a lei de talião foi utilizada por Moisés, revelada por Deus em Êxodo, mas foi extirpada com a vinda de Jesus e a renovação dos mandamentos.

No entanto, um detalhe interessante sobre o período é que na prática nem sempre foi preciso revidar determinado ato de maneira tão exata. Sendo assim, quem cometia uma infração precisava pagar a pessoa atingida de acordo com a gravidade do que foi feito.

Como o dinheiro ainda não era comum a essa altura, o infrator poderia prestar serviços ou mesmo entregar alimentos para a pessoa que sofreu dano. Tudo isso era previamente acordado para estar de acordo com o visto como necessário diante do feito.

Importância da Lei de Talião

Embora atualmente pensar sobre essa Lei seja um problema para muitas pessoas, no período de seu uso e criação era um meio de evitar que a população, formada por bárbaros, praticasse infrações e invadisse o espaço das outras pessoas.

Com isso, se tornou um regulador social, ponto base para a criação de consciência. Inclusive, por mais que o hoje o sistema penal se distancie da ideia de vingança, ainda há punição para atos considerados errados, havendo uma espécie de pagamento diante daquilo que é feito, seja financeiramente com fiança, com serviços a partir de medida corretiva ou até mesmo com privação de liberdade por determinado tempo.